A saúde não se define pela simples ausência de doença ou perturbação mental. Segundo a OMS, descreve-se pelo estado de completo bem-estar físico, mental e social.
Sendo a saúde mental uma parte integral e imprescindível da saúde aliam-se estratégias para o bem-estar como uma alimentação equilibrada, exercício físico, priorizar o sono, momentos de lazer, relações saudáveis com familiares e amigos entre outras.
Contudo, o diagnóstico de doença oncológica surge quase sempre de forma inesperada, destabilizando o modo de vida habitual, comprometendo o bem-estar psicológico do doente e familiares.
A doença oncológica mesmo quando potencialmente curável, é percecionada como ameaça grave para a maioria das pessoas, acompanhada de um cenário de tratamentos, conforme os casos, pode envolver várias cirurgias, alteração da imagem corporal, perda de emprego, incapacidade para gerir tarefas habituais, entre tantos outros cenários possíveis. Face a todo este processo de mudança, a adaptação à nova condição é fundamental, o que requer um ajustamento psicológico.
São comuns reações emocionais como a incerteza em relação ao futuro, muitas vezes acompanhada pelo medo da morte; a procura de significado (“Porquê eu?”); sensação de perda de controlo na própria vida; quebra na comunicação aberta, que pode levar ao isolamento, e o distress – sofrimento emocional muito intenso.
Neste sentido é importante dar atenção à saúde mental em Oncologia, com a promoção de estratégias e competências para lidar com o stress e ansiedade; o máximo de manutenção do autoconceito durante todo o processo, desde o possível diagnóstico; estabelecer novos hábitos, revisão de papéis no seio familiar e criação de rotinas mais adequadas e saudáveis à situação.
Para além da doença oncológica, cada pessoa continua a ser um ser único, com suas crenças, sonhos, forma de estar, dinâmicas relacionais. Nesta adaptação em prol da saúde mental é fundamental ter em conta e respeito o que faz sentido para cada um individualmente, para melhor promover uma sensação de controlo e autoeficácia.
Realizado por:
Dra. Patrícia Elias
Psicóloga Clínica e da Saúde da AOA
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